terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Feliz Natal OH MEU MENINO JESUS Campo Maior




Oh meu Menino Jesus
Oh meu Menino tão belo
Logo havias de nascer
Ao rigor do caramelo

Oh meu Menino Jesus
Não queiras menino ser
Ao rigor do caramelo
A neve vos faz tremer

Dá-me o meu Menino
Não dou não dou não dou
Dá-me o meu Menino
Vai à missa que eu lá vou (bis)
Dá-me o me Menino
Ai não dou não dou não dou (bis)

O Menino da Senhora
Chama pai a S. José
Que lhe trouxe uns sapatinhos
Da feira de Santo André

O Menino chora chora
Chora pelos sapatinhos
Haja quem lhe dê as solas
Eu lhe darei os saltinhos 

segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Novena do Natal -NATAL DOS SIMPLES- José Afonso



Natal Dos Simples

Zeca Afonso

Vamos cantar as janeiras
Vamos cantar as janeiras
Por esses quintais adentro vamos
As raparigas solteiras
Vamos cantar orvalhadas
Vamos cantar orvalhadas
Por esses quintais adentro vamos
As raparigas casadas
Vira o vento e muda a sorte
Vira o vento e muda a sorte
Por aqueles olivais perdidos
Foi-se embora o vento norte
Muita neve cai na serra
Muita neve cai na serra
Só se lembra dos caminhos velhos
Quem tem saudades da terra
Quem tem a candeia acesa
Quem tem a candeia acesa
Rabanadas pao e vinho novo
Matava a fome à pobreza
Já nos cansa esta lonjura
Já nos cansa esta lonjura
Só se lembra dos caminhos velhos
Quem anda à noite à ventura

sábado, 20 de dezembro de 2014

Novena do Natal BEIJAI O MENINO Trás-os Montes - Né Ladeiras


Beijai o menino, beijai-o agora,
Beijai o menino de Nossa Senhora

Beijai o menino, beijai-o no pé
Beijai o menino que é de Dão José

Os filhos dos homens
Em berços dourados
E vós, meu menino
Em palhas deitado

Em palhas deitado
Em palhas esquecido
Filho de uma rosa
E de um cravo esquecido

Os filhos dos homens
Em paus travesseiros
E vós, meu menino
Preso ao madeiro

Sois um manso cordeiro
Que estais nessa cruz
Com os braços abertos
Perdoai-nos, Jesus

Sois o salvador do Mundo
Que tudo salvais
Salvai nossas almas
Bendito sejais!


Beijai o menino, beijai-o no pé
Beijai o menino que é de Dão José

Beijai o menino, beijai-o agora, 
Beijai o menino de Nossa Senhora

sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

Novena do Natal - BOAS FESTAS - Alentejo Ronda dos Quatro Caminhos


Boas Festas (REIS) 
(Popular – Alentejo) 

Uma estrela se foi pôr 
Em cima de uma cabana 
A cabana era pequena 
Não cabiam todos três 
Adoravam o Menino 
Cada um de sua vez 

Abram-se lá essas portas 
Inda não estão bem abertas 
Que nasceu o Deus Menino 
Vou-lhe dar as Boas Festas 

Boas Festas, meus senhores 
Boas Festas lhes vou dar 
Que nasceu o Deus Menino 
Alta noite de Natal 

Alta noite de Natal 
Noite de Santa Alegria 
Que nasceu o Deus Menino 
Filho da Virgem Maria 

Senhora dona de casa 
Deixe-se estar que está bem 
Mande-nos dar a esmola 
Por essa Rosa que aí tem... 

LUGAR AO SUL: as nossas coisas, a nossa gente… e o melhor da música e da poesia de Portugal! 
(autor: Rafael Correia) 

quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Novena do Natal OH BENTO AIROSO Miranda do Douro . Navegante







Oh, bento airoso,

O Mistério Divino
,
Encontrei a Maria

À beira do rio,

Lavando os cueiros

Do bendito Filho.


Oh, bento airoso,

o Mistério Divino 

Maria lavava,

São José estendia,

O Menino chorava,

C’o frio que fazia.


Oh, bento airoso,

o Mistério Divino,

Calai, meu Menino,

Calai, meu amor,

que as vossas verdades

Me matam com dor.




quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Novena do Natal Canções ao Menino - O MEU MENINO É D'OIRO - Coimbra




O meu menino é d'oiro
É d'oiro fino
Não façam caso
Que é pequenino
Não façam caso
Que é pequenino

O meu menino é d'oiro
D'oiro fagueiro
Hei-de levá-lo
No meu veleiro
Hei-de levá-lo
No meu veleiro

Venham aves do céu
Pousar de mansinho
Por sobre os ombros
Do meu menino
Do meu menino
Do meu menino

Venham comigo venham
Que eu não vou só
Levo o menino
No meu trenó
Levo o menino
No meu trenó

segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Uma Canção por Dia SOU GALEGO - "Da Galiza até ao Mondego"

Cançom ‘Sou Galego’ de Paulo Bragança.
Letra:
Das terras da Rosalia às terras de Miguel Torga
percorre o ar a cantiga que todo o povo recorda,
das Beiras a Trás-os-Montes, dos rios Mondego ao Minho
o perfume da Galiza, de giesta e flor de pinho.
Mil anos do mesmo sangue num passado sem fronteiras,
o fumo das chaminés nas memórias das aldeias;
gaita de foles Galega, Adufeiras da Idanha.
Cantamos em Mirandês, lingua que não nos é estranha.
Sou Galego, ai, sou Galego,
sou Galego até ao Mondego,
moiro escuro t’arrenego
da Galiza até ao Mondego.
Vindimamos o suor por tradição e castigo;
são irmãs no seu destino, rias de Aveiro e de Vigo.
E há tanto calor humano ao redor de uma fogueira,
à lareira vinho tinto, requeijão, broa caseira.
E a guitarra de Coimbra, gaita de foles Galega
são os sons da nossa alma aos quais o Norte se apega;
caminhos de Santiago, trilhos, veredas, clareiras,
cantamos ao desafio ao fim da tarde nas eiras.
Sou Galego, ai, sou Galego,
sou Galego até ao Mondego,
moiro escuro t’arrenego
da Galiza até ao Mondego.
Sou Galego, ai, sou Galego,
sou Galego até ao Mondego,
moiro escuro t’arrenego
da Galiza até ao Mondego.

domingo, 14 de dezembro de 2014

Um Instrumento por Semana TAMBORIL E FLAUTA













Fonte:http://www.gaitadefoles.pt/tocardeouvido/2007/flautatamborileiro.htm


A Flauta de Tamborileiro, em Trás-os-Montes e no Alentejo
O tamboril e flauta, tocados por uma só pessoa, num conjunto instrumental unitário e coerente, é, em Portugal, uma forma rara e pouco representativa, que existe, pelo menos actualmente, como vimos, apenas em duas regiões delimitadas e afastadas uma da outra: em algumas aldeias raianas de Terras de Miranda, no Leste trasmontano, como elemento instrumental fundamental das festas em que têm lugar — Danças de Pauliteiros, dos Velhos, Festas de Rapazes, Presépios de Natal, ofícios e certas outras solenidades religiosas —, a par ou em lugar da gaita-de-foles, em funções de nítido carácter cerimonial e até litúrgico, e também em funções profanas e lúdicas, fiadeiros e outras diversões avulsas e acontecimentos de menor vulto, ao serviço da velha música característica dessa zona; e na faixa alentejana além Guadiana, associado às festas religiosas patronais ou principais das várias localidades, aí apenas em funções cerimoniais qualificadas, servindo uma curta fórmula musical puramente ritual, que nada tem que ver com a música corrente da região. Em cada uma delas, ele mostra certos caracteres comuns, e, por outro lado, diferenças muito sensíveis.
Foto: O Tamborileiro Virgílio Augusto Cristal a tocar na Eira para um grupo de bailadores.

O pífaro, como instrumento deste conjunto — a flaita ou gaita —, é, como dissemos, um tipo de flauta doce, com fenda em bisel, por onde se sopra, e com três furos no topo oposto: dois na face superior, para o indicador — normalmente da esquerda —, e um na inferior, para o polegar; o instrumento segura-se e toca-se com essa mesma mão, firmado na boca e, no outro topo, pelo polegar e pelos dedos mínimo e anelar dessa mão.
O tamborileiro António Maria Cuco (Santo Aleixo da Restauração) - foto: "Instrumentos Musicais  Populares Portugueses", Gulbenkian, 2000.

No Alentejo, ele tem, para esse efeito, umas pequenas molduras apropriadas, onde encaixam estes dedos: o mínimo por baixo e o anelar por cima. Em Trás-os-Montes, onde tais molduras não existem, o mínimo apenas ampara o pífaro de topo. O tamboril vai suspenso desse mesmo braço, por uma pequena correia, e é batido com a baqueta única, empunhada pela mão direita. Os tamboris e flautas dos tamborileiros trasmontanos, a despeito do seu uso cerimonial, nenhum carácter colectivo possuem.

O tamboril é, de um modo geral, um tambor pequeno, que, num sentido preciso, mostra bordões sobre ambas as peles, embora se toque só numa delas, como as caixas. Ele aparece nestes termos em Trás-os-Montes, na faixa fronteiriça de Rio de Onor e Terras de Miranda, e é mesmo muitas vezes uma mera caixa, à qual se aplicaram bordões nos dois lados.

Em Rio de Onor, o tamboril acompanha a gaita-de-fole nas mesmas ocasiões em que esta se usa, e toca-se em posição horizontal, com duas baquetas, ambas sobre a mesma pele; em Terras de Miranda, onde ele é muito popular e de especial agrado do povo, ele toca-se de igual maneira, com grande maestria, geralmente a acompanhar a dança, com o bombo, a gaita, a fraita, os ferrinhos, castanholas e «carracas» (conchas de vieiras); mas muitas vezes tocam-no mesmo sozinho, sem acompanhamento de qualquer outro instrumento, podendo as pessoas dançar horas sem fim, apenas com o seu rufar.


Extraído e adaptado do livro "Instrumentos Musicais Populares Portugueses", de Ernesto de Oliveira e Benjamim Pereira, Gulbenkian, 2000.

sábado, 13 de dezembro de 2014

Uma Canção por Dia 13/12 AO ROMPER DA BELA AURORA Alentejo - Brigada Victor Jara

Gosto de quem canta bem
Que é uma prenda bonita
Não empobrece ninguém
Assim como não enrica

Ao romper da bela aurora
Vem um pastor da choupana
Vem gritando em altas vozes
Muito padece quem ama

Muito padece quem ama
Mais padece quem namora
Vem um pastor da choupana
Ao romper da bela aurora 

sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Uma Canção por Dia 12/12 TERRA DOS BRAVOS Açores - Os Panteras


Eu fui à terra do bravo Bravo meu bem
Com o meu vestido vermelho
O que eu vi de lá mais bravo Bravo meu bem
Foi um mansinho coelho

As ondas do mar são brancas Bravo meu bem
E no meio amarelas
Coitadinho de quem nasce Bravo meu bem
P’ra morrer no meio delas

Eu fui à terra do bravo Bravo meu bem
Com meu vestido amarelo
Amor de fora terra Bravo meu bem
Tenho medo que me pelo

Eu fui à terra do bravo Bravo meu bem
Vestida de azul escuro
Amor de fora terra Bravo meu bem
Nem é firme nem seguro

Eu fui à terra do bravo Bravo meu bem
Para ver se embravecia
Cada vez fiquei mais manso Bravo meu bem

Para tua companhia

quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Uma Canção por Dia 11/12 BALADA DA DESPEDIDA Coimbra - Fernando Machado Soares

Morreu o cantor e compositor da canção de Coimbra

Em Homenagem a Fernando Machado Soares deixo-vos uma das canções mais famosas de sua autoria: Balada da Despedida

Coimbra tem mais encanto
Na hora da despedida (bis)  

Que as lágrimas do meu pranto  
São a luz que lhe dá vida.  

Coimbra tem mais encanto 
Na hora da despedida (bis)

Não me tentes enganar
Com a tua formosura
Que para além do luar
Há sempre noite escura

Coimbra tem mais encanto 
Na hora da despedida (bis)

Que as lágrimas do meu pranto
São a luz que lhe dá vida

Quem me dera estar contente  
Enganar a minha dor  
Mas a saudade não mente  
Se é verdadeiro o amor.  

Coimbra tem mais encanto 
Na hora da despedida (bis) 

Fonte: http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?id_news=750641

O cantor e compositor de música de Coimbra Fernando Machado Soares morreu no domingo aos 84 anos e o funeral realizou-se na terça-feira em Almada, disse à agência Lusa fonte da Fundação Amália Rodrigues.

Fernando Machado Soares, que foi vice-presidente daquela fundação, é o autor de uma das canções mais conhecidas do repertório da música portuguesa associada a Coimbra, intitulada "A balada da despedida" e que inclui o verso "Coimbra tem mais encanto/na hora da despedida".
Nascido em São Roque do Pico em 1930, Fernando Machado Soares licenciou-se em Direito na década de 1950 em Coimbra, cidade na qual partilhou um percurso artístico ao lado de nomes como Luís Goes, José Afonso, Fernando Rolim e Florêncio de Carvalho.
Cantor, compositor e poeta - e também magistrado -, Fernando Machado Soares gravou em 1957 "Coimbra Quintet", um disco apontado como um dos mais marcantes na história da canção coimbrã, gravado em Madrid e que contou com a participação de António Portugal e Jorge Godinho (guitarra), Manuel Pepe e Levy Baptista (viola).
«Machado Soares deu um contributo importante na criação das condições da transição do fado clássico para as baladas e para as trovas, que as vozes de José Afonso e Adriano Correia de Oliveira vieram a imortalizar», lê-se na biografia no Portal do Fado, na internet.
Fernando Machado Soares, que foi juiz conselheiro do Supremo Tribunal de Justiça, recebeu em 2006 o Prémio Tributo Amália Rodrigues «pela excelência da carreira artística e dedicação aos outros».
Diário Digital com Lusa

quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Uma Canção por Dia 10/12 VAI DE RUZ TRUZ TRUZ Ribatejo - Tonicha

Este bailarico é novo
Nem todos sabem dançar (bis)

Vai de ruz truz truz
Vai de raz traz traz
Sou o teu amor
És o meu rapaz.

Tem um requebro no meio
Nem todos lho sabem dar (bis)

A moda do bailarico
Lírios à borda da vala (bis)

Amor segue os teus intentos
Deixa lá falar quem fala (bis)

Se eu for presa por cantar
Não calarei a garganta (bis)

Eu sou como um passarinho

Que até na gaiola canta (bis)

segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

8 de Dezembro Dia da Imaculada Conceição Padroeira e Rainha de Portugal

A Imaculada Conceição e a história de Portugal

Fonte: http://www.snpcultura.org/imaculada_conceicao_e_historia_portugal.html

As Nações sobrevivem à erosão do tempo e permanecem vivas na história dos povos se prosseguirem na fecundidade que lhes vem da sua espiritualidade e da sua cultura. A diluição espiritual e cultural de um povo significará inevitavelmente a perca da sua identidade e a sua fusão num hoje sem futuro.
A História de Portugal regista dois momentos altos na recuperação da sua independência: a Revolução 1383-1385 e a Restauração de 1640.
Na Revolução de 1383-1385 salienta-se o cerco de Lisboa, que durou cerca de cinco meses e terminou em princípios de setembro de 1384, acentuando-se durante o assédio, o significado da vitória alcançada por D. Nuno Alvares Pereira em Atoleiros a 6 de abril de 1384 e a eleição do Mestre de Aviz para Rei de Portugal, curiosamente a 6 de abril de 1385. Em 15 de agosto travou-se a Batalha de Aljubarrota, sob a chefia de D. Nuno Alvares Pereira, símbolo da vitória e da consolidação do processo revolucionário de 1383-1385.
No movimento da restauração destaca-se a coroação de D. João IV como Rei de Portugal, a 15 de dezembro de 1640, no Terreiro do Paço em Lisboa.
A Solenidade da Imaculada Conceição liga estes dois acontecimentos decisivos na História da independência de Portugal e no contexto das Nações Europeias. Segundo secular tradição foi o condestável D. Nuno Alvares Pereira quem fundou a Igreja de Nossa Senhora do Castelo em Vila Viçosa e quem ofereceu a imagem da Virgem Padroeira, adquirida na Inglaterra. Este gesto do Contestável reconhece que a mística que levou Portugal à vitória veio da devoção de um povo a Nossa Senhora da Conceição.
Aliás, já desde o berço, já aquando da conquista de Lisboa por D. Afonso Henriques, havia sido celebrado um pontifical de ação de graças, em Lisboa, em honra da Imaculada Conceição.
A espiritualidade que brotava da devoção a Nossa Senhora da Conceição foi novamente sublinhada no gesto que D. João IV assumiu ao coroar a Imagem de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa como Rainha de Portugal nas cortes de 1646. ( E nunca mais os Reis de Portugal usaram coroa na cabeça)
Esta espiritualidade imaculista foi igualmente assumida por todos os intelectuais, que na prestigiada Universidade de Coimbra defenderam o dogma da Imaculada Conceição sob a forma de um juramento solene.
De tal modo a Imaculada Conceição caracteriza a espiritualidade dos portugueses, que durante séculos o dia 8 de dezembro foi celebrado como "Dia da Mãe" e João Paulo II incluiu no seu inesquecível roteiro da Visita Pastoral de 1982 dois Santuários que unem o Norte e o Sul de Portugal: Vila Viçosa no Alentejo e o Sameiro no Minho.
O dia 8 de dezembro transcende o "Dia Santo" dos Católicos e engloba indubitavelmente a comemoração da Independência de Portugal, que o dia 1 de dezembro retoma. O feriado do dia 8 de dezembro é religioso, mas é também celebrativo da cultura, da tradição e da espiritualidade da alma e da identidade do povo português.
Não menos importante, e em âmbito religioso e litúrgico, o tema da Imaculada Conceição da Virgem Maria é já abundantemente abordado pelos Padres da Igreja. Será o Oriente cristão o primeiro a celebrá-la. Festividade que chega à Europa Ocidental e ao continente europeu pelas mãos das cruzadas Inglesas nos séc. XI e XII. Vivamente celebrada pelos franciscanos a partir de 1263, será o também franciscano Sixto IV, Papa, que a inscreverá no calendário litúrgico romano em 1477.
De facto, o debate e a celebração desta festividade em toda a Europa é acompanhada pela história do próprio Portugal. Coimbra, como já vimos, tem um importante papel em todo este processo.
Em 8 de dezembro de 1854, viverá a Igreja o auge de toda esta riqueza teológica e celebrativa. Através da bula "Ineffabilis Deus", Pio IX, após consultar os bispos do mundo, definirá solenemente o dogma da Imaculada Conceição da Virgem Maria.
Não estamos diante de uma simples festa cristã ou de capricho religioso. O dogma resulta de tudo quanto a Igreja viveu até aqui e vive hoje em toda a sua plenitude. Faz parte da identidade da Igreja. Isso mesmo o prova o texto proclamado por Pio IX que apoia a sua argumentação nos Padres e Doutores da Igreja e na sua forma de interpretar a Sagrada Escritura. Ele, de facto, reconhece que este dogma faz parte, depois de muitos séculos, do ensinamento ordinário da Igreja.
Portugal, segundo Nuno Alvares Pereira, ou melhor, São Nuno de Santa Maria, e D. João IV isso mesmo o demonstram, não só como resultado da sua própria fé mas como expressão de um povo deveras agradecido pela sua Independência e Liberdade.

A Conceição Imaculada da Virgem é um dogma de fé segundo o qual Maria é considerada a primeira redimida pela Páscoa de Cristo.

P. Francisco Couto
Reitor do Santuário de Vila Viçosa, professor do Instituto Superior de Teologia de Évora
P. Senra Coelho, professor do Instituto Superior de Teologia de Évora, Centro de Estudos de História Religiosa da Universidade Católica Portuguesa 
In Agência Ecclesia Publicado em 08.12.2014

Uma Canção por Dia VIRGEM DO PARTO SENHORA DA CONCEIÇÃO Madeira - Xarabanda


Virgem do Parto oh Maria
Senhora da Conceição
Dai-nos as festas felizes
A paz e a salvação

Louvada sejais senhora
E a vossa Conceição
Vós sois a Mãe protectora
Da portuguesa Nação

Rainha Mãe amorosa
Que no vosso altar estais
Atendendo carinhosa
Aos filhos que tanto amais

Senhora Virgem do Parto
Pela vossa Conceição
Ouvi quem Vos implora
Com vozes do coração

domingo, 7 de dezembro de 2014

Um instrumento por Semana VIOLA CAMPANIÇA



Fonte: http://www.lojadoarco.com/products/viola-campanica

Viola Campaniça é um dos vários tipos de cordofones tradicionais portugueses, típico da região do Baixo Alentejo. É um cordofone com dez cordas (cinco ordens de cordas duplas), de enfranque muito pronunciado e a maior das violas portuguesas, com cerca de 95 cm.
Para além dos trastos normais, apresenta mais dois ou três trastos complementares, já sobre o tampo, e apenas sob as cordas agudas, de modo a permitir uma amplitude maior nos agudos do canto que aí se desenha.
A viola campaniça era comummente utilizada no acompanhamento do cante alentejano e era o principal ou único acompanhamento dos “balhos”, os bailes realizados ao fim-de-semana ou nas festas. A sua afinação está bem adaptada à exposição da melodia das modas e cantigas alentejanas, com o toque em intervalos de terceiras, sendo que as cordas mais graves são geralmente tocadas soltas, fornecendo permanentemente a tónica e a quinta

Canção do Dia 7/12 AÇORDA ALENTEJANA - Alentejo Alencanto

Alhos, coentros e sal
Também se faz com poejo
Este comer que afinal
Nasceu no nosso Alentejo

Depois dos alhos pisados
E com a água a ferver
Corta-se o pão aos bocados
Está pronto, vamos comer

É fácil fazer dá pouco trabalho
É água a ferver coentros e alho
Coentros e alho é água a ferver
Dá pouco trabalho e é fácil fazer

Com o panito bem duro
E a rábano a acompanhar
O azeite bom e puro
Não há melhor paladar

Açorda de bacalhau / Com azeitonas pisadas
Também não é nada mau /Com umas sardinhas assadas

Recordo quando era moça / Antes de ir para o trabalho
Comer ao pequeno almoço / Uma boa açorda de alho

Já minha avó me dizia /A força que a açorda dá

Todos os dias comia / E dez filhos estão cá"